quarta-feira, 29 de março de 2017

Pra saudar saturno

desentulhos
tralhas
acumulei-me
texturas
tecidos
brincos colares
fotos
cores
pedras
(uma de cada tempo
de
canto diferente)
máquina de escrever

nina simone
medo
affair de mulher

taça, ela
calice,
bebida inebriante

reflexo de cor e eu
sentada na cama
rio e me exibo
pra mim, pra ela
e marca branca
daquele sol do inverno de lá
me conta do "caderno ao corpo"
cadernos
aqueles antigos
que contavam
histórias de
onça enjaulada
e muda que
nunca soube ser ovelha,
nunca 'soub' de nada,
nem ser nada além
dela mesma
e, agora,  ascendendo em aires
(que desde ontem rege o sol)
aprende bea ba
dos astros
e já sem medo de errar
pergunta e
aprende a mudar pensamento
num lugar onde
amor e eu sou
se equilibram
nesse caminho do meio
nessa dualidade de
existir em libra